segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Voltar atrás Arnaldo Jabor

Por que lhe escrevo? Ora, preciso que você saiba Primeiro foi a ira, a raiva e a tristeza... Com o tempo fui dando espaço à reflexão Minha reação ainda é de desorientação Traição é desamor total, tristeza profunda Apatia, insônia Um dia, um mês, anos Uma ferida aberta que não cicatriza Juntei parte da minha identidade à sua identidade Desconectei-me de mim mesma e conectei-me a você Partilhei o meu mais íntimo, o mais profundo De repente, o cristal se quebra Como elaborar essa perda? Como transformá-la em ganho? Colar os cacos? Anestesiar a dor? Fazer um curativo na ferida? Voltei-me para dentro de mim Busquei o equilíbrio Perdoar é dever cristão Não somos infalíveis Analiso racionalmente E faço do sofrimento, aprendizado Vale a pena recomeçar? E quando o rancor me dominar? Para aceitar tenho que ser altruísta, amadurecida Sem acusações reprimendas Esquecer o passado é impossível Vou só tentar arquivá-lo E lhe envio esta carta só para dizer: AINDA AMO VOCÊ...

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