sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
A utopia sufoca educação de qualidade
Se a difereça que mais impacta a qualidade de vida das pessoas é a renda, e se a fonte principal de renda é o trabalho, então precisamos de um sistema educacional que coloque ricos e pobres em igualdade de condições para concorrer no mercado de trabalho.
Um dos males que assolam a nossa educação é a esperança vã de pensadores e legisladores de que uma escola que mal consegue ensinar o básico resolva todos problemas sociais e éticos do país.Eles criaram um sistema com um curriculo imenso, sistemas de livros didáticos em que o objetivo até das disciplinas cientificas é formar um cidadão consciente e tolerante.Responsabilizaram a escola pela formação de condutas que vão desde a preservação do meio ambiente até os cuidados com a saúde;instituiram cotas raciais e forçaram as escolas a receber alunos com necessidades especiais. A agenda maximalista seria uma maneira de sanar desigualdades e corrigir injustiças.. O bBrasil deveria questionar essa agenda.
Primeira pergunta: nossas escolas conseguem dar conta desse recado?A resposta é não.Estão aí todas as avaliações nacionais e internacionais mostrando que a única igualdade que o nosso sistema eduacional consegue atingir é ser igualmente péssimo..Copiamos o ponto final de programas adotados nos países europeus sem termos passado pelo desenvolvimento histórico que lhes dá sustentação
Segunda pergunta:esse desejo expansionista faz bem ou mal ao nosso sistema educacional?Será um caso que mirar no inatingível ajuda a ampliar o alcançavel ou pelo contrário, a sobrecarga faz com que a carroça se mova ainda mais devagar? Acredito que seja o último. Por várias razões.Essas demandas todas tornam impossíveis que o sistema tenha um foco.Perseguir todas ideias que aparecem- mesmo que sejam todas nobres e exelentes- é um erro.Infelismente, a maioria do nossos intelectuais e legisladores não tem experiência admistrativa, e acredita ser possível resolver qualquer problema criando uma lei.Outra razão: com uma agenda tão extensa e bicéfala- formar cidadão virtuoso e o aluno de raciocínio afiado e com conhcimentos sólidos- sempre é possível dizer que uma parte não está sendo cumprida porque a proridade é a outra.: O aluno é analfabeo, mas solidário, entende? E, finalmente, porque quando as intenções utrapassam a capacidade de excução do sistema o que ocorre é que o agente- cada professor ou diretor- vira um legislador, cabendo a ele o papel de decidir quais as partes das inatingíveis demandas que vai cumprir.Uma medida que deveria estimular a cidadania tem efeito oposto:incentiva o desrespeito à lei, que é a base fundamental da vida em sociedade.
Terceira pergunta:mesmo que todas essas nobres intenções fossem exequíveis, sua excução cumpriria as aspirações de seus mentores, construindo um pais menos desigual? Não apenas não cumpriria seus objetivos como iria na direção oposa. Com essa novas matérias inseridas no currículo do ensino médio- música, sociológia e filosofia.A lógica que norteia a decisão é que não seria justo que os alunos pobres fossem privados dos privilégios intelectuais de seus colegas ricos. O que não é justo, é que a adição dessas disciplinas torna ainda mais dificil para os pobres se equiparar aos alunos mais ricos nas máterias que realmente vão ser decisivas em sua vida.As desiguadaes entre os dois grupos só vão aumentar Se esses pensadores querem a escola como niveladora de diferenças, se a diferença que mais impacta a qualidade de vida das pessoas é a renda e se a fonte principal de renda é o trabalho, então precisamos de um sistema educacional que coloque ricos e pobres em igualdade. de condições para concorrer no mercado de trabalho. o que presume uma educação desigual entre pobres e ricos fazendo com que a escola dê aos primeiros as competências intelectuais que os últimos já trazem de casa.As boas intenções dos revoluconários de poltrona só aprofundas as desigualdades que eles pretendem diminuir.
O mercaado de trabalho valoriza mais as habilidades cognitivas e emocionais.porque em um mercado competitivo, precisam remunerar seus trabalhadores de acordo com a sua produtividade.
Ao criarmos uma escola sobrecarregada com a missão de não apenas formar o brasileiro do futuro, mas de corrigir as desiguladades de 500 anos de história, nós nos asseguramos de que ela se tornará um fracasso. A escola não pode fracassar, pois é a alavanca de salvação do Brasil
O tipo de escola pública que queremos é uma discussão em última instância política, e não técnica.É legítimo, embora estúpido, que a maioria dos brasileiros prefira uma educação que fracasse em ensinar a tabuada mas ensine bem a fazer um pagode. É indispensável que a população seja informada, de modo claro e honesto, sobre as consequências de suas escolhas. Quais as perdas e ganhos de cada caminho.O que é, aí sim,antidemocrático e desonesto é criar a ilusão de que não precisamos fazer escolhas, de que podemos tudo e de que consequiremos obter tudo ao mesmo tempo, agora.Infelismente, é exatamente isso que vem sendo tentado. Nossas lideranças se valem do abissal desconhecido da maioria da população sobre o que é uma educação de excelência para vender-lhe a possibilidade do paraíso terreno em que professores despreparados podem formar um novo homem e o profissional de sucesso.Essa utopia, como todas as outras, acaba em decepção e atraso.Essa pretensa revolução, como todas as outras, termina beneficiando apenas os burocratas que a implementaram.
Gustavo Ioschpe
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