Namoro pós-separação
Só pessoas muito egoístas saem de um relacionamento de maneira radical, esquecendo totalmente a vida anterior. A maioria mantém uma ligação com o ex, seja por causa dos filhos que tiveram juntos, seja pelo afeto construído, que pode se transformar em amizade. Os parceiros posteriores precisam compreender a situação e controlar o ciúme.
Quando, depois de muita angústia e brigas, se opta pela separação, ou mesmo quando esta acontece por um impulso, além da dor e da solidão, sentimos alívio. Afinal, deu-se o devido encaminhamento a uma situação que era, no mínimo, difícil. Dói, claro, mas, em geral, depois de algum tempo, estamos prontos para experimentar novos relacionamentos. Estes, porém, não estão livres de influências da relação anterior. É preciso um certo jogo de cintura para ajustar todas as demandas, cobranças, sentimentos e carências envolvidos na nova equação afetiva que se desenha.Um dos possíveis problemas é o novo companheiro ter ciúme do ex do outro, de seus filhos, das fotos antigas, do dinheiro acumulado, enfim, da sua vida anterior e do tempo que ele ainda vai ter de dedicar a ela. Sim, porque depois da separação é comum que muitos vínculos sejam mantidos, principalmente quando há filhos. O casamento acaba, mas a pessoa continua sendo pai ou mãe. Não havendo filhos, a situação fica um pouco mais fácil, mas se um dos ex-cônjuges era dependente financeira ou emocionalmente, o distanciamento acontece mais lentamente, podendo ou não resultar numa amizade, o que vai depender das características dos envolvidos. Somente parceiros tremendamente egoístas abandonam de vez a vida anterior, esquecendo que um dia tiveram aquela família. Não sendo assim, os vínculos persistem, o que dá trabalho, mas recompensa com uma consciência tranqüila aqueles que assumem suas responsabilidades, econômicas e afetivas.Se o novo companheiro ou companheira for uma pessoa generosa, vai compreender a necessidade de contato de seu amor com o ex e tentar se aproximar dos filhos da relação anterior dele, tarefa nem sempre fácil. As crianças passam por um momento delicado e é natural que o considerem um intruso em suas vidas. A hostilidade, entretanto, deve ser relevada e retribuída com carinho, de modo a mostrar aos pequenos que ninguém quer roubar-lhes o pai ou a mãe e que, ao contrário, estão ganhando um novo amigo ou amiga. Mas eles só se convencerão disso se o novo personagem no ambiente familiar souber dosar suas ações, não tentando, nunca, substituir o pai ou a mãe, não exagerando nas demonstrações de afeto para com o parceiro, o que pode gerar ciúme, e dando-lhes atenção, mas sem esquecer de deixar espaço para que tenham momentos exclusivos com o pai ou a mãe.Nessa hora, é importante não esquecer que o novo parceiro também tem sentimentos, e poderá sofrer ao conviver com crianças ou adolescentes que ostensivamente demonstram não suportar sua presença. A compreensão precisa ser mútua.As dificuldades diminuem quando o novo parceiro também já foi casado, pois saberá compreender melhor o que seu novo amor está enfrentando. Além disso, um poderá avaliar as possibilidades de ajuste da relação com o outro observando seu comportamento com o próprio ex e com os filhos da relação anterior. Um pai ou mãe irresponsável, que abandona os filhos, não terá escrúpulos em abandonar um novo caso.Pessoas que conseguem pôr o egoísmo de lado e se amam verdadeiramente, no entanto, só têm a ganhar com a situação. Nas novas famílias, as crianças têm a oportunidade de conviver com os filhos dos novos companheiros da mãe ou do pai. Isso amplia seu mundo. As madrastas e padrastos tornam-se “mãedrastas” e “paidrastos”, amando e cuidando dos filhos do companheiro como se fossem seus. E, por fim, pais e mães verdadeiros ganham um tremendo auxílio, pois têm com quem dividir a trabalheira com os filhos. Com bom senso, acha-se sempre um caminho para a convivência feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário