domingo, 17 de março de 2013
14 de março, Dia Da Poesia
Aos poetas...
Poesia é uma forma de se expressar e transmitir sentimentos, emoções e pensamentos
Antigamente, as poesias eram cantadas, acompanhadas pela lira,um instrumento musical muito comum na Grécia antiga.
Por isso, se diz-se que a poesia pertence ao gênero lírico.
Hoje é consideraddo o Dia Nacional da Poesia, pois foi nessa data que nasceu o grande poeta brasileiro Castro Alves
Poeta romântico.
Ao Romper D'Alva
Página feia. que ao futuro narra
Dos homens de hoje a lassidão, a históra
Com o pranto escrita, com o suor selada
Dos párias misérrimos do mundo!
Página feia, que eu não possa altivo
Romper,pisar-te, reclamar, punir-te...
Pedro Calasans
Sigo só caminhando serra acima,
E meu cavalo a galopar se anima
Aos bafos da manhã.
A alvorada se eleva do levante.,
E, ao mirar na lagoa seu semblante,
Julga ver su irmã.
Tudo é luz, tudo aroma e murmurio.
A barba branca da cascata o rio
Faz orando tremer.
No descampado o cedro curva a frente,
Folhas e preces as pés do Onopotente
Manda a lufada erguer.
Terra de Santa Cruz, sublime verso
Da epopéia gigante do universo,
Da imensa ciação.
Com tuas matas,ciclopliberdade estes de verduras,
Onde o jaguar, que passa na espessura,
Roja as folhas no chão:
Como és bela,soberba, livre, ousada!
Em tuas cordileiras assentada
A liberdade está.
A púrpura da bruna,a ventania
Rasga, espedaça o cetro que s' erguia
Do rijo Piquiá.
Mas o que vejo? É um sonho...! A barbaria
Erguer-se neste séc'lo à luz do dia.
Sem pejo se ostentar.
E a escravidão- nojento crocodilo
Da onda turva expulso lá do Nilo-
Vir aqui se abrigar!..
Oh! Deus! Não ouves dentre a imensa orquestra
Que a natueza virgem manda em festa
Soberba, senhoril,
Um grito que soluça aflito, vivo,
O retinar dos ferros do cativo,
Um som discorde e vil?
Senhor, não deixe que se manche a tela
Onde traçaste a criação mais bela
De tua inspiração.
O sol de tua glória foi toldado...
Teu poema da América manchado,
Manchou-o a escavidão.
Prantos de sangue- vagas escarlates-
Toldam teus rios-lúbricos Eufrates
Dos servos de Sião.
E as palmeiras se torcem torturadas
Quanto escutam os morros nas quebradas
O grito de aflição.
Oh! ver não posso esse labéu maldito!
Quando dos liivros ouvirei o grito?
Sim...talvez amanhã.
Galopa, meu cavalo, serra acima!
Arranca-me a este solo. Eia! te anima
Aos bafos da manã.
Recife, 18 de julho de 1865
ALVES, Castro
,
Julga ver sua irmã.
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