quinta-feira, 14 de março de 2013
Elegia do amigo morto
"Apesar todo o dilaceramento, solidão e lágrimas, a morte tem um poder limitado: seu dedo cruel e ossudo não consegue encontrar a tecla com que deletar nossos melhores afetos"
Foram bons, os termos ,os belos, mas eu não me conformo",disse uma poeta, Sarah Teasdale. Foi readitdo um livro sobre o assunto, o Lado Fatal,Pessoas que passaram por essa dura , incompreensível experiência : alguém que amamos, deixou de existir.Não ouvimos seu passo, no corredor, sua voz ao telefone, não teremos longas conversas, não nos reuniremos em grupo de amigos, não contaremos façanhas e fofocas ou quixas.
Esta coluna é uma homenagem, a uma pessoa que se foi recentemente, como também a todas as pessoas queridas que perdi.Homenagens não trazen niguém de volta, mas talvez ajudem a nós, os que ficamos, a curtir mais, e melhor o que temos de perto, em lampejos de silêncio e contemplação. A morte , intrusa indesejada, sobre . a qual tanto se fala, não pede licença : sem bater entra pela porta ou pela janela, e às vezes pega quem mais amamos. E aí não tem remédio, senão a dor.- apesar de nossa dificuldade de lidar com ela, a dor é necessária nesses primeiros tempos. É preciso cegar ao fundo desse poço escuro para poder sair dele..Presenças bondosas, conforto de alguma palavra amiga, saber que os outros estão aí, que nos ajudam e nos fazem sobreviver. Mas não queiram que a gente não sofra.
Na pessoa , homenageio aqui a todos que se foram-eboora eu acredito que permaneçam, não importa como, em forma de alma, de energia ou memória o que já seria muito bom:de memórias, que nos ilumunem,nos emocionem ou nos façam sorrir, estamos precisados. E homenageo aqui também, a todos nós que ficamos com a singular tarefa de preservar, no coração e no pensamento, esses que aparentemente perdemos, e de aos poucos retomar a vida -como os mortos gostaria que fiziesse .Pois igualmente acredito com firmeza que é melhor deixar que os mortos morram( quem viveu isso entende). No começo do luto tudo é horrível" , mas com o tempo doí menos."
E afinal a vida chama, ainda que no início pareça um insulto. pois honrando a vida também estamos honrando nossos mortos , que, na nossa lembrança não mais crispada, na nossa melancolia não mais indignada, na integração de seus atos e palavras em nós, no que temos de melhor, continuarão vivos..
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