segunda-feira, 25 de março de 2013
Um paraíso republicano
" Nós continuamos imperiais.Somos, talvez, a última mentalidade imperial"
Fizemos 123 anos de república, dia 15 de novembro proclamada por um golpe militar, apoiado por oligarcas descontentes com a perda dos escravos, em 1888. Os dois feitos, a república e a abolição, aconteceram sem planejamento histórico, descambando em ditaduras que contaminaram quase toda república, e na desigualdade que, ainda hoje questiona a abolição e envergonha o país. Agora, aqui perto de nós, há humanos que comentam com orgulho que seus antepassados possuíram escravos. E tudo isso aconteceu e está nas ruas, nas salas, de jantar nas relações,de trabalho e na política brasileira.
Como a república foi programada sem povo, e em seus muitos anos de ditaduras,não trouxe o ´povo às mesas, às relações de trabalho, à vida política, continuamos imperiais. Somos talvez a última mentalidade imperial do planeta.. Elegemos, eventualmente, um imperador, e os partidos políticos que deveriam gerir a coisa pública, agem como dono este império, que se autoproclama república.
A coisa política nunca antes na história deste País recebeu tantas pilhagens. À esquerda, à direita, ao centro e,principalmente, daqueles que aderem ao poder. As eleições formalizam o ataque. Os votos, o tempo na televisão, a publicidade dos canditatos, produtos sem garantia, de validades discutíveis ou sem qualquer validade. caso de Sarney, garantem que o Brasil é o melhor lugar do mundo. A globalização está mostrando que somos selvagens e imperiais e que a distância dos representantes do povo e da sociedade é abismal.
Os cenários aos quais nos acostumamos , dos humanos nas ruas, o escritor suíço, Alain de Botton,, deve estar no Google Map Mostrando ao mundo que,diferente da propaganda, os números patenteiam um Brasil mais corrupto que a Namídia, muito menos educado que o Chile, infinitamente mais desigual que a Índia, e mais rico que todos eles. O Brasil precisa parar de se achar. E ser para todos o que continua sendo para poucos: um paraíso republicano.
Aninha Franco
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