SÃO PAULO - Já que a revolução dos homens não vingou, há gente no mundo todo
tentando promover a dos bichos. A faceta mais radical desse ativismo acaba de
desembarcar aqui, com o furto de cães e a depredação de um laboratório em São
Roque (SP). Vai abaixo a minha sugestão para o seu manifesto:
"Pela
violência, se necessário, marcharemos rumo a uma sociedade em que os animais não
serão mais trancafiados nem sacrificados. O vegetarianismo universal nos
libertará da ganância das empresas que lucram com o holocausto
animal.
Outros ajustes induzidos no modo de vida dos humanos dispensarão
toda exploração dos semoventes. A humanidade terá talvez de encolher para
acomodar a convivência harmônica entre as espécies.
Além de impor
prejuízo e humilhação a quem explora animais, permite-se o uso de violência
maior. Sequestros de barões da escravidão animal são fonte legítima para
angariar fundos revolucionários.
Assassinato e tortura são
desestimulados. Mas a morte de um capitalista no curso de operações
revolucionárias terá sido nada diante do extermínio de milhões de seres
inocentes que ele promove para ter lucro.
A ação direta em latifúndios e
laboratórios terá de combinar-se com a propaganda, para constranger os
recalcitrantes. O objetivo é proibir o consumo de carne na rua, bem como em
bares e restaurantes.
Carnívoros terão de sentir-se progressivamente
isolados, como os fumantes de hoje --embora a agenda revolucionária estimule a
liberação do fumo da maconha, cultivada em cooperativas
emancipadas.
Artistas de renome, indignados com o sofrimento de cães e
porquinhos-da-índia, liderarão a batalha pelas consciências.
Toda ação
visando apenas à melhoria das condições de exploração animal será denunciada
como social-democrata, carnívoro-burguesa e antirrevolucionária.
Zoorrevolucionários de todo o planeta, uni-vos."
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