terça-feira, 24 de julho de 2012

Direitos e privilégios



     
            As mulheres não pedem para ser como os homens,mas sim que a sociedade as acolha,como mulheres que são,num país que é tanto seu como deles.Quiseram querem ser iguais em direitos, não idênticas,o que seria um contrassenso.Igualdade não é levar as mulheres a fazer tudo que os homens fazem Igualdade não se garante mexendo apenas em alguns aspectos que , hoje diferenciam o viver de homens e mulheres.
           Entender que as mulheres existem, que a humanidade é feita de dois sexo, iguais e diferentes,tem consequências. A sociedade tem que redesenhar diante do novo que é a chegada crescente ao espaço público de seres que engravidam,amamentam e, como fruto de uma experiência diferente da dos homens desenvolveram sensibilidades e linguagens próprias.
            A articulação de questões envolvendo o mundo público e a vida privada é complexa, o que não quer dizer que seja de equacionamento  impossível ou devem ser ignorados os problemas que levanta.Tanto mais difíceis quando imbricados estiverem,sempre o mundo público e a vida privada,depedendo um do outro para se sustentarem Esse equilíbrio rompeu-se . O mundo público foi invadido pelas mulheres,mas a vida privada continuou estruturada em termos e empregos de tempo e de assunção de responsabilidades como se nada tivesse acontecido,como se as mulheres ainda vivessem como suas avós.
           Definiu-se como mundo igualitário aquele em que as mulheres teriam "apenas" que continuar a ser as mesmas de sempre, acrescentando às suas vidas vivências até então reservadas aos homens.Como a sociedade-incluidas as mulheres -não atribuía maior  importância social ao que elas fazem na vida privada, não colocou esse lado da existência no outro lado  da balança Só isso explica que a gigantesca migração  das mulheres da casa para o espaço público esteja se dando sem que a sociedade brasileira se pergunte seriamente como e por que elas desempenharam (e ainda hoje deempenham, mas  a que preço?)Continua-se vivendo como se a tradição mulheres em casa-homens no trabalho não se tivesse esgotado.Esse contato social não revisto está impondo às mulheres uma insuportável aceleração de ritmos e cadências.
            Como a história não anda para trás,não h´a força humana -disso, felizmente, podemos estar certos- capaz de levar as mulheres a volta às prendas"  do lar."Assim também, no mundo em que tudo muda ,o dia continua ter 24 horas .O dom da ubiquidade elas não tem. Portanto estamos todos diante de um problema da sociedade que ela não foi capaz de resolver, e não ,como muitos pensam, de que um problema das mulheres que se resolve `a cuta da elasticidade de seus esforços e energias.O uso do tempo de homens e mulheres tem que ser revisto em função dos nossos espaços  que as mulheres estão ocupando, e isso constitui um desafio ao imaginário social 
.                                                           Folha de São Paulo

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