quinta-feira, 4 de abril de 2013
Braquitude e negritude
" O estatuto da igualdade denuncia uma disparidade étnica substantiva"
O quinto artigo da Constituição Brasileira garante que todos somos iguais perante a lei, sem distinção de natureza O Estatuto da Igualdade Racial discorda e denuncia uma disparidade étnica, substantiva, que exige legislação para o enfrentamento. A Unesco nos passa na cara uma desigualdade imoral e incolor. E nós, mulatos, "seres naturalmente ambivalentes", os "que mantém " sob os desavergonhados "que mantém sobre os pés os homens nobres, padecemos a questão.
O mulato Lula sancionou o estatuto, depois de oferecer amizade e minimizar a morte do preso político cubano Zapata .Confuso não? Países em processo democratizante não deveria manter relações diplomáticas com países que tem preso político Demétrio (Uma Gota De Sangue, Contexto 2009) e Munanga (Rediscutindo a mestiçagem no Brasil, Vozes, 1999 ) duelam sobre a desigualdade da igualdade com interferências de Caetano, e Risério (A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros, Editora 34 2007.)
Eu queria invocar a voz pastosa de Billie Holiday cantando Strange Fruits. E chorar como ela chorava quando co(a)ntava os negros enforcados pela Ku Klux Klan, tão parecidos com os adolescentes da Baixa de Santa Rita. E dizer, como ela dizia, que das árvores surgiam "um estranho fruto" com "sangue nas folhas e sangue na raiz das crianças encharcadas de crack até morrer no Pelourinho. E denunciar os " corpos negros balançando no sopro da brisa do mar da Baia de Todos os Santos por um dólar, um prato ou nada,
E projetar o que leio "os olhos esbugalhados e a boca torcida", e o súbito cheiro de carne queimada!". "Frutos que a maresia corrói, que a chuva arranca, que o vento suga, que o sol apodrece, que a árvore derruba" E que permanecem antes e depois do estatuto, sua " estranha e amarga colheita".
Aninha Franco
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário