segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Amar
Amar
é mergulhar de cabeça
sem saber nadar
sem saber de nada
ao seu encalço
numa piscina
como um camicase
pulando do último
do mais alto trampolim
de mim
sem asa- delta
salva -vidas, pára- quedas
sem perguntar
sem sequer pensar
se lá embaixo
vou encontrar ´água
ou o ladrilho do vazio?
Amar
é ter que inventar
mãos tão macias e cuidadosas
como nenhum Nívea
jamais ousou fazer
para melhor pegar
como quem pega no céu
sem rasgar
o corpo de uma nuvem
seu vôo de papel de seda
em slow/snow matin
ou, ainda , alcançar
e reter
entre os dedos
a fuga do perfume
do seu sonho
solto em minha fronha?
Arnaldo Freitas Filho
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