domingo, setembro 01, 2013
Canto de fonte - CAETANO VELOSO
O GLOBO - 01/09
Os olhos de Emma são lindos, de uma cor verde-cinza e com forma e tamanho muito harmônicos com o pedaço do rosto cuja pele está de fora
A moça do Black Bloc que aparece num vídeo da Mídia Ninja e na capa de “Veja”, que diz chamar-se Emma, é deslumbrantemente bonita com a máscara que só deixa à mostra os olhos. Isso não quer dizer que ela tenha apenas os olhos bonitos (o que muitas vezes é confundido com ter os olhos claros). Os olhos de Emma são lindos, de uma cor verde-cinza e com forma e tamanho muito harmônicos com o pedaço do rosto cuja pele está de fora. Muito harmônico também com as sobrancelhas, cujo arco está corrigido por depilação e talvez reforçado por leve pintura. Onde parece haver pintura (e, se for o caso, de cor e linhas muitíssimo bem escolhidas) é nas pálpebras. Falando para a câmera da Ninja, a borda das pálpebras junto às pestanas delineadas de negro, as jovens dobras do entorno de seus olhos parecem a um tempo escurecidas e cintilantes, sempre com insinuações douradas. Mas o que faz a gente crer tratar-se de uma bela mulher é a relação de tudo isso com a forma do rosto que está sob a máscara negra.
A gente tem vontade de ir ao acampamento em frente à casa de Cabral para falar com ela, mas respeita a exigência do grupo anarquista a que ela aderiu de não fazer de nenhum militante uma individualidade, sua vida pessoal devendo desaparecer sob a máscara e a ideologia. Por mais bonita que ela seja, os Black Blocs não estão aí para lançar celebridades midiáticas e figuras atraentes para olhares curiosos. A porta da casa de Cabral não é o portão do BBB. Emma é linda. O anarquismo é lindo. Mas eu sou um velho baiano que sonhou, aos 23, fuçar uma trans-esquerda ou uma ultra-esquerda e, como todo esse afã de trans e ultra estava focado em libertar a criação de canções no Brasil, terminei, na parte estritamente social e política, encontrando os valores do liberalismo como algo que merecia uma atenção que não vinha recebendo no ambiente em que eu me movia. Já contei em outro lugar como sonhava em ser uma esquerda à esquerda da esquerda e, no fim do processo, quase me tornei um liberal inglês. Tenho muita inveja de Ferreira Gullar, que foi de esquerda, sem fantasias ou delírios de ultra ou trans, e amadureceu para defender sem pejo muitos dos princípios liberais. E olha que ele já tinha experimentado tudo o que pode haver de trans e ultra na atividade poética e na crítica de arte.
Olho demoradamente os olhos, as sobrancelhas, algo da testa, o começo do nariz e um canto de fonte de Emma e me pergunto o que pensar. Ouço-lhe as palavras. Leio no blog de André Forastieri uma pergunta sobre as relações entre o Fora do Eixo e a candidatura de Marina Silva, inclusive sugerindo que o coletivo teria em mente indicar o ministro da Cultura, caso Marina se eleja. Um dos caras que quebraram o palácio do Itamaraty era cabo eleitoral de Marina. Esta o reprovou e o afastou. Mas, entre a beleza de Emma, a opção pela (deveras interessante) economia solidária, como alternativa à ideia de que só o esquema patrão-salário-empregado é livre, e as cenas de depredação protagonizadas pelos Black Blocs, meu coração e minha cabeça balançam: o antigo itinerário labiríntico que passa pela ultraesquerda e se encontra com o liberalismo se refaz em segundos. Mas, como digo na esquisita letra de “Um comunista”, “o samba” não crê em violência e guerrilha. Se Marina conseguir fazer sua campanha para a presidência, acho que não resistirei e votarei outra vez nela. Essa crítica à suposta naturalidade do trabalho assalariado como única forma possível de trabalho livre eu saquei do Mangabeira. Que não harmoniza muito com Marina. Mas harmoniza com a ambição experimental do Fora do Eixo. Que é “acusado” de estar perto demais de Marina.
É um momento muito embolado no cenário brasileiro. O 7 de Setembro vem com uma ameaça de risco de criação de instabilidade séria. Imagino como será em Brasília. Não que a decisão de não cassar o mandato de Donadon ajude. Mesmo assim, devemos manter a ideia de sair às ruas pela paz. Gosto do rosto de Emma, do livro de David Graeber (o antropólogo anarquista que Zé Miguel já citou como bom explicador das moedas alternativas do FdE), de Marina (e sua aproximação de André Lara Resende pode desagradar a alguém como Mangabeira, mas a mim não me desagrada: gosto de Lara Resende pelo que já fez na história do real e pelo artigo sobre crescimento em economia), e acho a proposta de Olavo de Carvalho de uma política (e não só uma economia) para os liberais muito presa à ideia de que o comunismo é como o diabo incansavelmente tramando contra o bem. Há boas intenções nos liberais e há boas intenções nos socialistas e comunistas. Embora ninguém duvide de que boas intenções podem levar ao inferno
Os olhos de Emma são lindos, de uma cor verde-cinza e com forma e tamanho muito harmônicos com o pedaço do rosto cuja pele está de fora
A moça do Black Bloc que aparece num vídeo da Mídia Ninja e na capa de “Veja”, que diz chamar-se Emma, é deslumbrantemente bonita com a máscara que só deixa à mostra os olhos. Isso não quer dizer que ela tenha apenas os olhos bonitos (o que muitas vezes é confundido com ter os olhos claros). Os olhos de Emma são lindos, de uma cor verde-cinza e com forma e tamanho muito harmônicos com o pedaço do rosto cuja pele está de fora. Muito harmônico também com as sobrancelhas, cujo arco está corrigido por depilação e talvez reforçado por leve pintura. Onde parece haver pintura (e, se for o caso, de cor e linhas muitíssimo bem escolhidas) é nas pálpebras. Falando para a câmera da Ninja, a borda das pálpebras junto às pestanas delineadas de negro, as jovens dobras do entorno de seus olhos parecem a um tempo escurecidas e cintilantes, sempre com insinuações douradas. Mas o que faz a gente crer tratar-se de uma bela mulher é a relação de tudo isso com a forma do rosto que está sob a máscara negra.
A gente tem vontade de ir ao acampamento em frente à casa de Cabral para falar com ela, mas respeita a exigência do grupo anarquista a que ela aderiu de não fazer de nenhum militante uma individualidade, sua vida pessoal devendo desaparecer sob a máscara e a ideologia. Por mais bonita que ela seja, os Black Blocs não estão aí para lançar celebridades midiáticas e figuras atraentes para olhares curiosos. A porta da casa de Cabral não é o portão do BBB. Emma é linda. O anarquismo é lindo. Mas eu sou um velho baiano que sonhou, aos 23, fuçar uma trans-esquerda ou uma ultra-esquerda e, como todo esse afã de trans e ultra estava focado em libertar a criação de canções no Brasil, terminei, na parte estritamente social e política, encontrando os valores do liberalismo como algo que merecia uma atenção que não vinha recebendo no ambiente em que eu me movia. Já contei em outro lugar como sonhava em ser uma esquerda à esquerda da esquerda e, no fim do processo, quase me tornei um liberal inglês. Tenho muita inveja de Ferreira Gullar, que foi de esquerda, sem fantasias ou delírios de ultra ou trans, e amadureceu para defender sem pejo muitos dos princípios liberais. E olha que ele já tinha experimentado tudo o que pode haver de trans e ultra na atividade poética e na crítica de arte.
Olho demoradamente os olhos, as sobrancelhas, algo da testa, o começo do nariz e um canto de fonte de Emma e me pergunto o que pensar. Ouço-lhe as palavras. Leio no blog de André Forastieri uma pergunta sobre as relações entre o Fora do Eixo e a candidatura de Marina Silva, inclusive sugerindo que o coletivo teria em mente indicar o ministro da Cultura, caso Marina se eleja. Um dos caras que quebraram o palácio do Itamaraty era cabo eleitoral de Marina. Esta o reprovou e o afastou. Mas, entre a beleza de Emma, a opção pela (deveras interessante) economia solidária, como alternativa à ideia de que só o esquema patrão-salário-empregado é livre, e as cenas de depredação protagonizadas pelos Black Blocs, meu coração e minha cabeça balançam: o antigo itinerário labiríntico que passa pela ultraesquerda e se encontra com o liberalismo se refaz em segundos. Mas, como digo na esquisita letra de “Um comunista”, “o samba” não crê em violência e guerrilha. Se Marina conseguir fazer sua campanha para a presidência, acho que não resistirei e votarei outra vez nela. Essa crítica à suposta naturalidade do trabalho assalariado como única forma possível de trabalho livre eu saquei do Mangabeira. Que não harmoniza muito com Marina. Mas harmoniza com a ambição experimental do Fora do Eixo. Que é “acusado” de estar perto demais de Marina.
É um momento muito embolado no cenário brasileiro. O 7 de Setembro vem com uma ameaça de risco de criação de instabilidade séria. Imagino como será em Brasília. Não que a decisão de não cassar o mandato de Donadon ajude. Mesmo assim, devemos manter a ideia de sair às ruas pela paz. Gosto do rosto de Emma, do livro de David Graeber (o antropólogo anarquista que Zé Miguel já citou como bom explicador das moedas alternativas do FdE), de Marina (e sua aproximação de André Lara Resende pode desagradar a alguém como Mangabeira, mas a mim não me desagrada: gosto de Lara Resende pelo que já fez na história do real e pelo artigo sobre crescimento em economia), e acho a proposta de Olavo de Carvalho de uma política (e não só uma economia) para os liberais muito presa à ideia de que o comunismo é como o diabo incansavelmente tramando contra o bem. Há boas intenções nos liberais e há boas intenções nos socialistas e comunistas. Embora ninguém duvide de que boas intenções podem levar ao inferno
Muita gente no Brasil consegue ver com nitidez o grau de desigualdade racial americana, mas não a brasileira. Fica indignada quando vê os números ou sabe das histórias nos Estados Unidos. É capaz de se emocionar com o discurso de Martin Luther King, e não vê o que está posto diante de nossos olhos. A nossa vergonhosa separação racial exige muita abstração para não ser vista.
De novo isso ficou evidente, na comemoração dos 50 anos do maravilhoso e inesquecível discurso do pastor Martin Luther King. O racismo deles, de ontem e de hoje, nos deixa indignado; mas o nosso sequer é notado. A ausência dos negros nos eventos onde está a elite, de qualquer área, não incomoda os brasileiros. E porque tantos não veem essa ausência, podem continuar dizendo com conforto que o racismo brasileiro não existe. São os que dizem que nós apenas discriminamos os pobres. E falam isso sem pejo, sem sequer se dar conta do preconceito que a frase embute.
A propósito do aniversário do mais importante discurso do século XX, muitos textos foram publicados na imprensa brasileira. Houve textos mostrando o quanto, cinco décadas depois, o sonho de Martin Luther King está ainda incompleto. Houve até quem tentasse extrair das palavras do líder negro americano uma condenação às políticas de inclusão baseadas em ações afirmativas. Não é a primeira vez, nem será a última, que no Brasil vai se tentar inverter as palavras do ícone do movimento negro. O manifesto dos intelectuais, de triste memória, que se divulgou no Brasil contra as cotas raciais usava as palavras de Martin Luther King para sustentar suas teses de defesa do status quo no Brasil. Felizmente, tudo isso foi superado quando o Supremo Tribunal Federal considerou as cotas constitucionais por unanimidade.
Mas seus opositores ainda resmungam.
Pode-se revisitar qualquer número e lá está a marca da separação entre pretos e pardos, de um lado; brancos de outro. Pode-se visitar os espaços brasileiros para se encontrar de um lado a hegemonia branca, de outro a maioria preta e parda.
Uma jovem negra de hoje, certamente, estudou mais do que seus pais, mas a taxa de desemprego feminino negro entre 18 a 24 anos chega a 20%. A dos jovens em geral é de 13%.
A da população é menos de 6%. Mesmo num dos melhores momentos do mercado de trabalho recente no Brasil, a exclusão permanece.
Os salários dos trabalhadores negros é a metade dos salários dos trabalhadores brancos. Muitos dirão que é a diferença de escolaridade. Mas os estudos que comparam pessoas com a mesma escolaridade comprovam que a diferença persiste. Há inúmeros dados, mas não quero empilhar números aqui, eles são conhecidos.
O que me espanta é o silêncio enorme que se faz sobre eles. O tema não tem tido a visibilidade e a constância que precisa ter na imprensa brasileira.
Recentemente, numa entrevista que me concedeu, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, se referiu ao episódio do concurso do Itamaraty do qual ele foi eliminado numa entrevista. Depois de ter passado nas provas, ele foi reprovado por um embaixador que o entrevistou. E isso foi referendado por outros cinco embaixadores.
É transparente a ausência de negros no Itamaraty desde sempre. Quando se quer dizer que não é bem assim, se lembram do embaixador Souza Dantas. Ele era o único quando foi nomeado no final dos anos 1960. Diante de uma representação diplomática quase escandinava, o Itamaraty começou a tomar, recentemente, algumas medidas de apoio à entrada de candidatos negros. Mas é pouco e recente. Sobre o caso lembrado pelo ministro Joaquim, a única resposta sincera do Itamaraty era reconhecer esse passado de discriminação. Mas o Ministério preferiu uma nota de defesa corporativa em que usou o presente recentíssimo para abonar um longo passado de exclusão. A verdade é que a porta que sempre esteve fechada, apenas começa a se entreabrir.
Seria bom se o Brasil tivesse aproveitado a oportunidade do aniversário do memorável discurso para pensar sobre si mesmo, fazendo uma honesta admissão de quanto tem discriminado os negros. Se a pátria permanecer assim distraída, sendo tão capaz de ver o alheio, mas nunca a si mesma; se continuar repetindo os mitos da miscigenação que tudo resolveu, se permanecer não percebendo o tom racista em certas palavras e reações, vamos estar aqui partidos ainda, no dia em que se comemorar 100 anos da proclamação do sonho americano. l Pátria distraída Muita gente no Brasil consegue ver com nitidez o grau de desigualdade racial americana, mas não a brasileira. Fica indignada quando vê os números ou sabe das histórias nos Estados Unidos. É capaz de se emocionar com o discurso de Martin Luther King, e não vê o que está posto diante de nossos olhos. A nossa vergonhosa separação racial exige muita abstração para não ser vista
De novo isso ficou evidente, na comemoração dos 50 anos do maravilhoso e inesquecível discurso do pastor Martin Luther King. O racismo deles, de ontem e de hoje, nos deixa indignado; mas o nosso sequer é notado. A ausência dos negros nos eventos onde está a elite, de qualquer área, não incomoda os brasileiros. E porque tantos não veem essa ausência, podem continuar dizendo com conforto que o racismo brasileiro não existe. São os que dizem que nós apenas discriminamos os pobres. E falam isso sem pejo, sem sequer se dar conta do preconceito que a frase embute.
A propósito do aniversário do mais importante discurso do século XX, muitos textos foram publicados na imprensa brasileira. Houve textos mostrando o quanto, cinco décadas depois, o sonho de Martin Luther King está ainda incompleto. Houve até quem tentasse extrair das palavras do líder negro americano uma condenação às políticas de inclusão baseadas em ações afirmativas. Não é a primeira vez, nem será a última, que no Brasil vai se tentar inverter as palavras do ícone do movimento negro. O manifesto dos intelectuais, de triste memória, que se divulgou no Brasil contra as cotas raciais usava as palavras de Martin Luther King para sustentar suas teses de defesa do status quo no Brasil. Felizmente, tudo isso foi superado quando o Supremo Tribunal Federal considerou as cotas constitucionais por unanimidade.
Mas seus opositores ainda resmungam.
Pode-se revisitar qualquer número e lá está a marca da separação entre pretos e pardos, de um lado; brancos de outro. Pode-se visitar os espaços brasileiros para se encontrar de um lado a hegemonia branca, de outro a maioria preta e parda.
Uma jovem negra de hoje, certamente, estudou mais do que seus pais, mas a taxa de desemprego feminino negro entre 18 a 24 anos chega a 20%. A dos jovens em geral é de 13%.
A da população é menos de 6%. Mesmo num dos melhores momentos do mercado de trabalho recente no Brasil, a exclusão permanece.
Os salários dos trabalhadores negros é a metade dos salários dos trabalhadores brancos. Muitos dirão que é a diferença de escolaridade. Mas os estudos que comparam pessoas com a mesma escolaridade comprovam que a diferença persiste. Há inúmeros dados, mas não quero empilhar números aqui, eles são conhecidos.
O que me espanta é o silêncio enorme que se faz sobre eles. O tema não tem tido a visibilidade e a constância que precisa ter na imprensa brasileira.
Recentemente, numa entrevista que me concedeu, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, se referiu ao episódio do concurso do Itamaraty do qual ele foi eliminado numa entrevista. Depois de ter passado nas provas, ele foi reprovado por um embaixador que o entrevistou. E isso foi referendado por outros cinco embaixadores.
É transparente a ausência de negros no Itamaraty desde sempre. Quando se quer dizer que não é bem assim, se lembram do embaixador Souza Dantas. Ele era o único quando foi nomeado no final dos anos 1960. Diante de uma representação diplomática quase escandinava, o Itamaraty começou a tomar, recentemente, algumas medidas de apoio à entrada de candidatos negros. Mas é pouco e recente. Sobre o caso lembrado pelo ministro Joaquim, a única resposta sincera do Itamaraty era reconhecer esse passado de discriminação. Mas o Ministério preferiu uma nota de defesa corporativa em que usou o presente recentíssimo para abonar um longo passado de exclusão. A verdade é que a porta que sempre esteve fechada, apenas começa a se entreabrir.
Seria bom se o Brasil tivesse aproveitado a oportunidade do aniversário do memorável discurso para pensar sobre si mesmo, fazendo uma honesta admissão de quanto tem discriminado os negros. Se a pátria permanecer assim distraída, sendo tão capaz de ver o alheio, mas nunca a si mesma; se continuar repetindo os mitos da miscigenação que tudo resolveu, se permanecer não percebendo o tom racista em certas palavras e reações, vamos estar aqui partidos ainda, no dia em que se comemorar 100 anos da proclamação do sonho americano. l Pátria distraída Muita gente no Brasil consegue ver com nitidez o grau de desigualdade racial americana, mas não a brasileira. Fica indignada quando vê os números ou sabe das histórias nos Estados Unidos. É capaz de se emocionar com o discurso de Martin Luther King, e não vê o que está posto diante de nossos olhos. A nossa vergonhosa separação racial exige muita abstração para não ser vista
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