terça-feira, 4 de setembro de 2012
Pondera
Não vira em minha vida a formosura,
Ouvia falar nela cada dia,
E ouvida, me incitava e me movia
A querer ver tão bela arquitetura:
Ontem a vi, por minha desventura
Na cara, no bom ar,. na galhardia
De uma mulher,que em Anjo se mentia,
De um sol, que se trajava em criatura.
Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me
Se esta coisa não é, que encarecer-me
Sabia o mundo e tanto exagerar-me
Olhos meus, disse então, por defender-me
Se a beleza hei de ver para matar me
Antes olhos cegueis, do que eu perder-me
Gregório de matos
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