segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Nós e os outros



   Veículos que,em troca de anúncios , só publicam o que interessa ao governo, e se escondem tudo o que não interessa, têm de resolver isso com seus leitores, ouvintes,e espectatores


     "Só no Brasil"-eis aí três palavras que todo brasileiro costuma ouvir, 365 dias por ano,  a respeito de coisas que só acontecem por aqui, geralmenete muito ruins,  e que são desconhecidas no resto do mundo.Em  geral começa com uma discreta trapaça no uso do dinheiro público, e depois se tranformam num hábito nacional e, no fim, acabam virando um maciço conto do vigário aplicado o tempo todo pelos governos.- que, como viciados em drogas,  não conseguem mais viver sem ele. É  o que acontece entre tantos outros pecados exóticos, com a publicidade oficial"São esses anuncios que governantes de todos níveis, da alta administração federal a remotas prefeituras do interior, pagam, (com dinheiro do orçamento, é claro) para publicar em jornais e revistas, no rádio e na televisão.Dizem ali quanto são bondosos, eficazes, e trabalhadores e mostram as obras de seu governo, reais ou imaginárias, como se estivesse fazendo um imenso favor à populaçao que pagou por elas.
        A maioria dessa publicidade, trata o contribuinte como um perfeito bobo alegre,pronto a acrditar em qualquer coisa  que lhe dizem.Todos os políticos fazem o mesmo. Nesse assunto, ninguém critica ninguém, no conforto geral de saber que delitos coletivos nunca são realmente condenados. É assim que permanece viva, cada vez mais, a publicidade oficial- uma aberração só vista no Brasil.Dá para imaginar o governo da Itália, por exemplo, gastando fortunas na mídia  para dizer "Italia- um país para todos"? ou algo assim: "Prefeitura de Londres- antes não tinha, agora tem"? Não dá. O funcionário que sugerisse uma coisa dessa seria prvalvemente encaminhado a uma instituição psiquiátrica.
       Com a campanha eleitoral a coisa pegou fogo. Só o governo federal gastou  mais de 3 bilhões de reais em " comunicaçao", entre publicidade e patriocínios.Juntando a isso estados e prefeituras   , volume de gastos entra em mares nunca  dantes navegados.Os políticos alegam que é pouco.diante do total  aplicados no mercado publicitário brasileiro. Pode ser, mas o dinheiro não é deles - é do cidadão, e está sendo jogado no lixo para pagar os elogios que fazem a si próprios.Sua desculpa é que os governantes não têm dever de "informar a população"e "prestar contas" de como estão aplicado o orçameno. É uma piada.Não informa coisa nenhuma , e na hora de prestar contas de verdade, fazem justamente o contrário: desliga a chave geral para deixar tudo mais escuro possível
      Os orgãos de comunicação, se beneficiam da  publicidade oficial:nenhum deles é uma santa casa de misericórdia, e todos têm de pagar suas despesas. Mas a imprensa de verdade vive do apoio do seu público e dos anuncios privados que ele atrai, e não de verbas publicitárias do governo.Seu único mandamento , nessa história toda, é manter a própria independência. E os que não mantiverem?Problemas deles. O certo ,no fim de todas as  contas, é que o governo não deveria  pagar um único tostão  para a mídia publicar sua propaganda.Eis aí, uma coisa que nos separa , por exemplo, de um país como a Alemanha, onde publicidade oficial não existe.É que a  Alemanha, coitada, é apenas Alemanha.Já o Brasil é o Brasil-.  aqui há dinheiro de sobra para o governo jogar pela janela. Somos um paí  onde a população é riquíssima.

     J R Guzzo


















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