quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Os monstros


  Os monstros  têm presença forte na cultura  popular até hoje. Muita gente jura que já viu essas criaturas, perseguidas por caçadores.

   Imagine uma ilustração que representa um monstro imaginário. No caso, uma dessas criaturas feitas a partir da mistura do homem com o lobo,  dotadas de forças extraordinárias e chamada de Lobisomem.O desenhista "viu" essa criatura em sua mente formada por milhares de figuras semalhantes, e assim a reproduziu.Uma forma comum aos monstros  imprimiu-se no imaginário coletivo, e essa herança antiga é transmitida de geração em geração.Essa representação se concentra no conjunto formado por olhos boca e mãos , numa máscara que revela a intencionalidade maligna  inscrita no  corpo corrompido.
       Nem todas as partes do corpo monstruoso denotavam o desejo maligno. Se o nariz se descarna numa máscara cadavérica , horroriza pelo que é :um signo da morte numa criatura que ainda respira. Se ele se ossifica em gomos pontiagudos. imita o esteriótipo das bruxas, uma fealdade associada aos malfeitos.Inchado ou retorcido, ele se torna grotesca a personagem que o sustenta..Também os cabelos,sejam meros tufos no alto da careca ovalada ou fardos  a ponto de se confundirem com a barba, indicam  mais uma disfunção orgânica.É a partir dos olhos, da boca, e das mãos que a monstruosidade se impõe.São essas partes do corpo que esteriorizam o desejo, e quando pervertidas  na mácara monstruosa., denotam o desejo perverso,  sepa do sentimento amoroso e inseparável do instinto de posse e destruição.
      Ser  que  não ama, ou  que se ama, mas não sabe amar, incapaz de construir,  mediações entre os desejos e sua realização na sociedade o monstro só entende a relação predatória. É por meio do ataque puro e simples quq ele tenta consumar a impossível  atração do feio pelo bonito, do Fantasma da Ópera pela diva Christine Daaé, do Quasímodo por  Esmeralda, da Besta pela Fera, de King Kong pela starlet.. Por outro lado, a existência do monstro no universo simbólico suprime qualquer afirmação do princípio de prazer.Ninguém pode gozar impunemente, alerta, a presença intimidante do monstro. É nos monstros de espontaneidade que oa ataques são desfechados: durante um banho de mar ou de chuveiro, um coito ou uma orgia, um jantar, ou uma festa, em meio a um espetáculo ou em pleno pequenique.
     O monstro aniquila os que se divertem, revelando a farsa da alegria num universo em transe. E exige a própria aniquilação como condição sine qua non para que a comunidade volte a se divertir. Mas, assim que recomeça a folia, o monstro retorna sob outra forma. Dotando o prazer  de um  caráter perverso, ele é socializador.Mas, ao reprimir a humandade, ele mesmo não se controla.A hipótese de que  o monstro encarna um princípio de prazer válido somente para si é confirmada por sua origem extraordinária: Hulk foi posto no mundo por sua ofuscante bola de fogo:  o vampiro nasce  da semente de Belial; a Bolha  Assassina cai do céu como um meteorito. Amaldiçoado, o lobisomem perpetua a   espécie mordendo outros homens em noites de lua cheia..Mais que uma criatura biológica, o monstro é uma força, um símbolo. uma metáfora.
    Luiz Nazario











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