quinta-feira, 2 de maio de 2013

A arte de enxergar longe



    Em  pelo menos um ponto 2013 vai ser  ano igualzinho aos outros. Quando o próximo mês de  dezembro  estiver chegando ao fim, quase todas as doutas  previsões para o ano vão se mostrar erradas. Apesar de a taxa de acerto de videntes, astrólogos ,mas também da maioria  dos economistas e consultores,  ser idêntica à que  seria obtida por pura chance, eles continuarão tendo uma enorme audiência. Querer enxergar o futuro faz parte da natureza humana. Pena que esse instinto tão forte não tenha ajudado em nada a  espécie a enxergar realmente mais longe no tempo. Somos tão curiosos quanto ineptos quando se trata de previsões.
       Uma reportagem de Veja lembra fracassos retumbantes de pessoas e instituições responsáveis por  antever fenômenos sociais .A falha em prever o mais decisivo evento do século XX,  a implosão do império soviético sob o peso de suas próprias contradições, é apenas um desses momentos inglórios dos perscrutadores profissionais do futuro.. Especialistas do campo econômico carregam há tempos o fardo de quase sempre errarem o alvo, fama merecida imortalizada na frase  "os economistas  previram nove  das seis últimas recessões".
        A despeito do longo rosário de fracassos, começam a se firmar novas metodologias rigorosas de análise  de dados capazes de fazer projeções bem mais exatas da evolução futura de acontecimentos atuais .Não são previsões à moda  da absurda ideia de que em um tosco calendário esculpido em pedra por povos pré-colombianos da América Central estaria contida a revelação do dia e  hora  do fim do mundo.
       Os métodos atuais mais confiáveis de projetar certos eventos futuros dão respostas bem mais humildes do que o calendário maia. Eles produzem uma margem de probabilidade dentro da qual certas  situações atuais devem evoluir para um desfecho ou outro.
       Quer chegar   a dezembro de 2013 bem mais magro? Gaste  mais calorias do que ingere, Quer chegar ao próximo Natal com mais dinheiro no bolso? Gaste menos que ganha. São previsões que  têm 100%  de chance de acerto.  Desde que, claro, as condições limitadoras  acima sejam seguidas com disciplina férrea   em todos os 365 dias  do ano .Outra maneira   infalível de ter  em 2013  menos  dores de cabeça em outros domínios de sua vida é evitar cometer os mesmos erros de 2012 e deixar o passado iluminar o futuro. Qual a porcentagem de pessoas que, mesmo  sabendo a melhor coisa a fazer,  vão relaxar e lamentar mais um ano perdido? É difícil prever.


Revista- Veja 2013














      

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