domingo, 2 de dezembro de 2012

O seguro morreu de velho

    "O seguro morreu de  velho" é um provérbio tão velho- mas ainda vivo-que poderia supor que dispensasse explicações. Não é bem assim. È comum que falantes nativos da língua portuguesa, em pleno domínio de seus meios de expressão escrevam, para consultório gramaticais  do mundo digital para perguntar o que dizer desse ditado, como se ele trouxesse  uma mensagem cifrada.
     A confusão sobre a classe gramatical da palavre "seguro" é um dos fatores do mal-entendido. Como adjetivo - livre de cuidados e preocupações protegido insento de riscos .Já o substantivo- nomeia um contrato   entre segurador e segurado.
      O tal que morreu de velhice é o primeiro, claro.Mas é justamente essa expressão  econômica, caracterísca,  do gênero que abre a porta para  leituras frontalmente contrárias. ao espírito da coisa.Então quer dizer que a cautela e a segurança são coisas do passado,  estão mortas, nos dias de hoje todo devemos correr riscos?
   A  idéia por trás de  " o seguro morreu de velho" é bem conservadora. Desdobrando suas cinco palavras em muitas outras.- numa tentativa de explicar, inclusive o óbvio.- poderíamos parafrasear a sentença assim.: o homem precavido, aquele que sabe ser pôr a salvo dos perigos da vida, também morre, pois da morte ninguem jamais escapau, mas esta lhe  chega em idade avançada e pelo caminho das causas naturais.. Afinal, prudência e canja de galinha....
      Um tom semelhante de cautela e conservadorismo é dominante na maioria dessas pílulas anônimas de "sabedoria popular' conhecidas como provérbios, adágios ou -num sinônimo que vai caindo em desuso- anexins. Outros ditados da mesma família."confia no futuro , mas não põe a casa no seguro" e "Quem corre pelo muro, não dá passo seguro"" Não troque o certo pelo duvidoso". "Mais vale um passáro na mão do que dois voando" etc Isso não quer dizer que os provérbios seja sempre a favor da cautela, da paviência, da administração comedida e sóbria dos recursos. Em "Quem não arisca não petisca" dá o conselho exatamente oposto

   Sérgio Ribeiro
  

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