domingo, 2 de dezembro de 2012
Poesia e Mendicidade
Hoje,o Poeta-caminheiro errante
Que tem saudade de um país melhor
Pede uma pérola- à maré montante
Do seio a vagas - pede um outro amor
Alma sedenta de ideal na terra
Busca apagar aquela sede atroz!
Pede a harmonia divina, que encerra
Do ninho o childro da tormenta a voz!
E o rir da folha, o sussurrar da fala,
Teremos da estrela no amoroso estio
Voz que dos poros o Univérso exala
Do céu, da , gruta , do alcantil, do rio!
Pede aos pequenos, desde ao ventre ao tojo,
Ao fraco, ao forte...-preces, gritos, uivos...
Pede das águias o possante arrojo,
Para encontrar os meteoros ruivos.
Pede à mulher que seja boa, linda
Vestal de um tipo que o ideal revela...
Pois ser famosa é ser melhor ainda...
Se és boa- és luz...mas se és famosa--estrela...
Pede ao olhar a maciez suave
Que tem o arminho e o edredon macio,
O aveludado da penugem d"ave
Que afaga as plumas no palmar sombrio
E quanto encontra sobre a terra ingrata
Um reverbero do clarão celeste,
Alma formada de uma essência grata,
Que luz- doura e que um perfume veste;
Um rir que nasce como o broto em maio
Mostrando seivas de bondade infinita,
Fronte que quarda- a claridade e o raio,
-Virtude e graça- o ser bondosa e linda...
Então, senhora, sob tanto encanto
Pede o Poeta( que não tem renome)
Versos- à brisa p'ra vos traçar o nome.
Castro Alves
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