sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Poucos amigos

Ninguém se coloca como inimigos dos livros; mas é certo que muitos se beneficiam  com o fato de que a leitura, nestes dias, tem poucos amigos na praça.

    Stendhal observou que a Igreja Católica aprendeu bem depressa que seu piocor inimigo eram os livros.Não os reis , as guerras religiosas ou a competição com outras   religiões;O que  criava problemas eram os livros..Neles as pessoas ficavam sabendo de coisas que não sabiam, porque os padres não lhes contavam, e descobriam que podiam pensar por conta própria, em vez de aceitar que os padres pensassem por eles.Abria-se para o indivíduo a possbilidade de discordar.Para quem manda não pode haver coisa pior.-como ficou comprovado no caso da Igreja, que foi perdendo sua força materialsobre países e povos,e no caso de todas as ditaduras de ontem,hoje e de amanhã.Stendhal estava falando na   sua França de 200 anos atrás,de algo que viria a evoluir,crescer, e acabar recebendo o nome de opinião" pública". Os livros, ou, mais exatamente, a possibilidade de reproduzir de forma ilimitada palavras, idéias, foram a sua pedra fundamental.
          A leitura de livros, ou de qualquer  coisa escrita, não parece estar num bom momento no Brasil de hoje; a oponião pública também não.A leitura está  a caminho de transformar num hábito do passado. Sua valorização ´é posta de lado- ou "relativizada",Lamentam que àrvores sejam cortadas para produzir papel destinado a impressão; a única forma aceitável de leitura para gente boa, deveria ser a tela  de algum artefato digital. Empresas de grande renome não cosideram uma virtude,de seus executivos, o gosto pela leitura, a não ser que se trate de publicações profissionais.. Nas novelas  de televisão, que continuam sendo o  principal entertenimento para milhões de brasileiros jamais se vê um personagem lendo um livro.Discute-se com muito calor, quantos beijos  entre a. s pessoas do mesmo sexo podem ser dado num capítulo, ou se o  casal gay pode aparecer tomando café na cama; prega-se , ao longo da trama,  todo tipo de causa, da defesa das geleiras à política de cotas raciais, O ato de ler também está banido da publicidade de consumo;há uma preferência, aí, por algo que se parece muito com o culto intensivo à boçalidade.Da atitude do governo, registra-se, sua profunda satisfação em anunciar, sempre é  incomodado pelo noticiário de escanâlos publicados na imprensa, que o "brasileiro não lê nada".
       Quanto menos se lê, menos idéias são mantidas em circulação. Quando menos idéias, menos espaço sobra para a discordância, a procura de alternativas e a fiscalização dos  atos do governo. O resultado, na prática, é uma indiferrença generalizada em relação ao comportamnto de quem governa.Não há muito o que fazer. quanto a isso.A opinão pública não tem nenhuma obrigação de pensar assim ou assado, muito menos de estar" certa" -ela é o que é, e parece perfeitamente inútil esperar que sinta o que não sente, ou que queira o que não  quer. Essas realidades , entretanto tem seu preço^.No caso do Brasil atual ,o desinteresse pelo que acontece na vida pública  é pago com a multiplicação, em ritmo cada vez mais rápido,de todo tipo de parasita dedicados a prosperar com o dinheiro do Erário.É certo que eles não irão embora por sua livre e espontânea vontade.

     Guzzo J. R.















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