sábado, 13 de outubro de 2012

Cortina da Burrice

  


     A revolução Russa propôs-se criar o "partido socialista",cujo cardápio foi parido por intelectuais europeus.Na teoria todos, tinham direito a habitação,emprego,comida educação e ópera.Mas a dieta era parca e o povão queria consumir mais.Daí a necessidade do que Churchill chamou de Cortina de Ferro,para não deixar que os russos bisbilhotassem o que consumia o mundo capitalista decadente.Para os xeretas,punições ferozes.Mas seus líderes cometeram um erro,criaram também um  estupendo sistema educativo para todos.Foi uma besteira , pois não houve uma maneira de impedir um povo educado de ver o que acontecia do lado de fora.O resultado foi a estrepitosa queda do muro' de Berlim'.
      Os governantes brasileiros fizeram  muito melhor .Abriram tudo,viaja- se a vontade.Mas não cometeram o mesmo erro dos russos.A garantia de isolamento do país está numa educação de péssima qualidade e a conta -gotas.Assim nasceu uma Cortina da Burrice,muito mais eficaz,pois somos um país isolado do resto do mundo.Os que se aventuram ao exterior vão à Disneylândia, um mero parque de diversões,ou a Miame,uma sucursal do Brasil.
       Há pouco,em uma univérsidade de elite,pedi que levantase as mãos,os que confortavelmente liam em inglês. Não vi um quinto das mãos no auditório.Eis a Cortina da Burrice em ação!Na Europa a mesma pergunta levantaria todas as mãos. Os europeus passaram do bilinguismo para o trilinguismo.Na Islândia ,são quatro idiomas.E o nosso   controlador de voo que não sabia inglês!
        Nossas universidades estão fora da listas das melhores,resultado da Cortina  da Burrice,pois perdem ponto nos quesitos de internacionalização.Nas europeias,muitos cursos são oferecidos em inglês.Um sueco que fez doutorado em Estocolmo,há quatro décadas.Quando entregou o primeiro trabalho, no seu idioma, foi interpelado pelo professor: "O senhor não tem futuro academico,se continuar a escrever nessa língua!"Na China a língua oficial era o Inglês.
       O resultado do nosso isolamento é uma industria provinciana que não toma conhecimentos
dos avanços alhures.Há esforços heroicos, como uma construtora brasileira que comprou
uma empresa no Canadá,para mandar estagiar seus esgenheiros.Assim veriam  como se constrói lá.Mas é a exceção.
             Ao lermos as descrições feitas pelos estrangeiros que passam pelo Brasil  constatamos o primitivismo de nossa   sociedade Se a corte permanecia tosca,.o interiorzão estava. ainda mais distante do progresso social acumulado pela Europa, em 2000 anos.Progredimos muito desde então.Mas as cicatrizes do atarso estão por todos os lados Limitemo-nos a olhar os valores que a civilização ocidenal amadurecu,em meio a guerras, perseguições e sangue O que pode aprender um jovem que vai ao Primeiro Mundo,  a fim de conviver om o povo, não com o guia nem com o motorista de ônibus do pacote turístico?vejamos;
  -O valor do futuro em pensar no amanhã, ao invés do hoje (essência da sustentabilidade do meio ambiente)
 -O sentido de economia,de não esbanjar,de não se exibir, à custa do magro orçamento.
 -O hábito automático de cumprir o prometido
 -Trabalho manual não é humilde Usar as mãos educa
-Cumprir a lei ,branda ou dura.
 -Respeito pelo próximo,no trânsito,no silêncio e em tudo  mais.
 -Segurança pessoal (deixar o carro em um ermo e o encontrá -lo ileso,no dia seguinte.)
-  Quem vigia tudo é a sociedade,mais do que a polícia.
 -Profissonalismo.Há uma maneira melhor de fazer as coisas.
  Desdenhamos, tal herença e macaqueamos hábitos cretinos e modas tolas. Agora temos "delivery" de pizza e "sales" com preços imperdíveis.Importamos o crack, as tatuagens,o Big Brother,  e, de repente saímos todos com uma garrafa de água mineral na mão,para socorrer uma súbita e  fatal crise de sede,no quarteirão seguinte.Pelo menos as senhoras elegantes do Rio já não usam  mais casacos de pele nas recepções


      Claudio de Moura  Castro   Revista Veja
 











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