sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Minhas mãos



    Minhas mãos sentidas tateiam caladas. Buscam ansiosas,achando, sentindo. Apalpam, retraem- se, avançam, entrelaçam-se Mergulham na maciez,penetram no escuro e não sentem o pecado.São autômas, tão fortes que se tornam incontroláveis,conduzem os desejos do corpo que vacila, e vencem.
      Minhas mãos, que ora abençoam ora condenam,são enigmas, têm enigmas a desvendar, mistérios talvez insondáveis. Contraditorias, guardam em seus dedos mudos, traços de uma personalidade oculta.O que dão,tiram; quando não dão,pedem.Minhas mãos, ornamentadas ou nuas, trêmulas ou firmes, limpas ou sujas,guardam mensagens interiores descontroladas, anseios suspeitos.O corpo se reflete nas mãos; as mãos no corpo.Mãos cálidas,sorrateiras, alegres, angustiadas, que enxugam os olhos molhdos ou os olhos secos. Mãos que encobrem o rosto envergonhado ou afagam a face vitoriosa.
     Mas...Minhas mãos ,silenciosas, contraditórias, inpenetráveis...Minhas mãos


     (Miriam Cristina Castilho0

Nenhum comentário:

Postar um comentário