domingo, 14 de outubro de 2012

Pode piorar sim,Tiririca.



   Volta a tristeza do povo brasileiro que é o horário pulítico na televisão.Se tal como se apresenta,ele não escapa de duas alternativas: a mistificação ou a indigência.Se a campanha é rica,  para cargo excutivo e tem bons minutos na TV,não faltarão voos sobre as cidades e os campos, as florestas,os rios as cachoeiras e os vastos horizontes, versão atualizada dos velhos filmes de Jean Manzom e do Amaral Neto Reporter,como concordarõ os últimos moicanos que ainda se lembram deles´`A mísica apoteótica cabe o papel de reforçar o entusiasmo de quem jáo possui ou despertá lo nos que ainda resistem.Capturam-se no intervalo depoimentos de populares que,numa impressionante coincidência ,se mostram todos, ricos e pobres,jovens e velhos,homens e mulheres, tomados de admiração pelo candidato.
           Se a campanha é governista,desfilarão  exuberantes plantações,obras públicas tocadas em rítmo febril,fábricas funcionando a todo vapor,povo gozando de escandinavo nível de bem- estar.Se é de caráter nacional, serão mostradas em rápida sucessão o Cristo Redentor e os arranhas-céus da Avenida Paulista,uma baiana e um gaúcho em seu cavalo. Tudo isso se fez presente no programa inaugural  de Dilma Rousseff,foi a campanha mais rica, naconal, governista e com mais tempo na TV.e mais ainda uma espetacular sequência em que a candidata, a beira  do rio Chuí, dialoga com com Lula à beira  do rio Madeira,em posição de aplicar um "abraço no nosso povo,um abração do tamanho do Brasil", como disse Lula.
      O programa de Dima teve tudo isso e mais um pouco ,para ministrar a mistificação.Perdeu seu tempo quem procurou um projeto de governo ,uma difinição sobre um tema controverso. Quanto á indigência,repete-se a conhecida parada macabra dos canditatos a deputado os tipo suspeitos alternando-se com os sinistros, desconhecios com os exóticos.Tudo muito rápido,um  empurrando o outro como quem enfrenta um corredor polonês  atropelando-se para dar um recado,que na maior das vezes se resume à recitação de um nome ou um número. Pince quem for capaz um canditato que coincida com suas visões e aspirações nessa feira de desesperados.
            Não é a existência em si  do horário politico que deve ser  .posta em causa.O   acesso,bem ou mal igualitário,dos candidatos e dos partidos ao mais central e mais crucial dos meios de comunicação é um avanço a ser preservado.O problma é o modelo vigente. Ele está longe de oferecer informação que possibilite escolhas claras e conscientes do eleitorE o pior é que ele é o começo de tudo,no processo pulitico.
          É preciso repensá-lo se se desejam eleições diferentes das que, ao fim e ao cabo,vão resultar nas instituições frouxas e da democracia de segunda ordem que temos hoje.
        Algumas regrinhas poderiam ajudar.Por exêmplo proibir ou limitar o uso de cenas externas.Ou exigir ,em um programa por semana, ou dois, ou quantos se arbitrarem.a presença ao vivo do canditto.Perde-se na espetaculosidade hollywoodiana que as campanhas ricas se acosumaram a ostentar,  mas ganha-se na autenticidade.Medidas como essas,tenderiam a corrigir o que os programas têm de mais vazio e, com desculpa pela expressão, alienante.De quebra diminui-se o custo.
       Mas o ideal mesmo ,para produzir uma mudança" radical, como diria o candidato Plinio de Arruda,estrela inesperada da temporada, seria mudar o caráter do programa,que de "propaganda política"passaria a 'informação política"
         Ficamos com Tiririca.É um cantor ou autor?ou humorista(? !),ou seja lá o que for.Ele disse, ,em seu comercial:"Que faz um deputado federal?Na realidade eu não sei,.mas vote em mim que eu te conto" .Pior do que está  não fca.Vote  em Tiririca.Fica sim,amigo Tiririca.Já ficou.

          Roberto Pompeu  revista Veja





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