segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Entre palavras



              Entre coisas e palavras-- principalmente entre palavras-- circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de  há 30 anos., ou figura com outras acepções. A todo momento impõe- se tomar conhecimento de novas palavras e combinações de:
             Voçê que me lê , preste atenção.Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual , pelo seu ouvido, sem registrá--la .Amanhã,  pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele não entenda o que você diz.
             O malote, o cassete,o "spray",o copião,a Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o fuscõ o "nylon"a informatica, a dublagem,o telex...existiam em 1940?
              Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, a motoneta, os mísseis,  Velo--Solex, o biquíni, o módulo  nular, o antibiótico o enfarte, a acupuntura, a biônica, o  acrílico, o tá legal, o "apartheid", o som "pop", a arte "op"as estruturas e a  infra- estrutura.
              (...)
             Olhe aí na fila--Quem? Embreagem,defasagem, vela de ignição,
  engarrafamento,Detran,poliéster, parafernália,filhotes de bonoficação letra  imobiliária, conservacionismo, carnet da girava, poluição.
             (...)
             Não havia nada disso no jonal do tempo de Washington Luis.Algumas desas coisas começaram a aparecer sob Getulio Vargas.Hoje estão ali na esqina, para consumo  geral. A enumeração caótica não invenção crítica de Leo Spitzer. Está a,í na vida de todos os dias. Entre palavras e comunicações de palavras circulamos, vivemos, morremos e palavras somos, finalmente, mas com que significado, que não sabemos ao certo?

    Drummont de Andrade




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