sábado, 24 de novembro de 2012

Por fora silêncio e medo

     As casas como as pessoas
     são diferentes mas não outras,
     ainda que sejam iguais;
     às vezes, menos às vezes mais.

     Foram feitas para guardar
     num mesmo e únuco lugar
     o que não foi consumido

     Na memória, o esquecido.
     Numa parte deste quarto
     as coisas de que eu farto.

     É um mesmo pó vertical.
     Chame parede ou chame pele
     ao círculo que as envolve,
     ambas o tempo se dissolve.

     Por dentro muito segredo
     Por fora silêncio e medo.

     Roberta Almada

  

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